Como acompanhar a evolução da tecnologia?
Por Luis Baccarini, diretor e sócio fundador da Evartel
Como diretor de uma empresa de tecnologia, acompanho uma rotina em que, a cada dia que passa, surgem novas pendências, novas metas e novas tarefas a serem cumpridas. Assim têm sido os últimos 2 anos. Novos itens na lista, itens riscados da lista, novos desafios, desafios antigos eliminados.
A questão é: isso não tem fim. E isso é fascinante. No último artigo publicado sobre a Evartel por aqui, de cabeça erguida falamos como não cobrávamos mensalidade, como pontos pelo celular podem ser falhos e como pontos em nuvem podem ser custosos.
Hoje em dia trabalhamos com mensalidade, pontos pelo celular e 100% em nuvem. Irônico, não?
Quem não se atualiza é engolido pela tecnologia. A proposta inicial da Evartel era um sistema completo de relógio de ponto + software local + histórico dos pontos em nuvem por um valor fechado, em torno de 3 a 4 mil reais. Fica a reflexão para a conta ser feita de quantos sistemas completos deveriam ser vendidos no mês para manter um fluxo de caixa saudável para a empresa e para os funcionários.
Hoje em dia a proposta se baseia na locação do relógio + plataforma de gestão online + acesso virtual de qualquer dispositivo para todos os funcionários, com uma mensalidade de valor aproximado de 1% do preço fechado de 18 meses atrás.
As coisas mudam, e mudam rápido. Alguns anos atrás não existiam smartphones, e hoje todo o sistema da Evartel é feito em torno de aplicação web, Android e IOS. Não há forma de manter a mesma receita praticada algumas décadas atrás e negar a evolução da tecnologia. A Blockbuster não deu atenção à Netflix e todos sabemos como essa história acabou.
Competindo na evolução
Uma vez que a empresa aceita que não dá mais pra manter a mesma fórmula, e é necessário evoluir, ela se coloca no mesmo patamar de outras empresas que chegaram nessa conclusão antes dela. E agora? Uma vez que você subiu o nível do seu jogo, como se destacar e ganhar da concorrência?
Durante muito tempo, os táxis eram o único serviço de transporte particular com o objetivo de ir de um ponto A a um ponto B. Com a inevitável evolução do mercado, surgiu a Uber. Com a Uber, surgiu a 99, Lyft, Cabify, Garupa, Waz Carpool, Carona Phone, Bynd, Blablacar, Zumpy… entre vários outros. Quando um passageiro quer se deslocar, qual app ele chama? O mais barato? O que tem os melhores carros? O mais rápido? O que tem água e balinha?
São diversos fatores que as empresas devem se atentar se não quiserem serem engolidas pela competição. Não há resposta certa, varia de setor para setor. Porém, uma coisa é certa no Brasil: o consumidor sempre está em busca de economia. Definitivamente o atrativo mais buscado, se tratando do mesmo produto ou serviço, é o preço.
Outro ponto válido a se destacar é a credibilidade. No início, quando a Evartel migrou o sistema para o formato de mensalidade e em nuvem, a primeira pergunta feita por um cliente era “quais são seus outros clientes?”, afinal, ninguém quer entrar em barco furado. Essa pode ser uma grande barreira para a empresa que está se aventurando em um novo mercado. São necessários clientes para atingir novos clientes. Mas como encontrar os primeiros?
Para essa pergunta não há resposta certa. O primeiro cliente da Evartel foi a Loft, uma empresa de construção que conhecia um dos fundadores da Evartel, portanto a barreira da confiança já havia sido vencida. O segundo cliente foi a MPinheiro, uma empresa de marcenaria de móveis, em que os donos também se conheciam e já existia também a confiança.
Já o terceiro cliente foi um desconhecido que viu vantagem no valor praticado. Com o terceiro cliente entrou em vigor uma das diretrizes praticadas até hoje: “Cobrimos qualquer orçamento”. Claro que, para isto, o outro orçamento precisa ser compatível com o serviço de controle de ponto prestado.
Daí, finalmente entendemos. Não estávamos competindo com outras empresas de controle de ponto. Não precisávamos modelar o nosso negócio baseado no que as outras empresas ofereciam. O que precisava ser entendido era o cliente. Uma vez que entendemos o que o cliente procurava, qual era o nosso gasto por funcionário, quanto poderíamos cobrar, e como poderíamos facilitar a vida dele, foi um gráfico exponencial de desenvolvimento.
A competição é irrelevante; caso um cliente prefira fechar com uma concorrente do que com a Evartel, não é interessante saber quem é a outra empresa, e sim o que o cliente buscava que não encontrou na nossa proposta, para não perdermos o próximo.
Não é um caminho reto, não há um gabarito de respostas. São erros e acertos. Uma empresa emergente de tecnologia no Brasil, hoje, tem que tomar a decisão entre fazer um empréstimo e contratar funcionários e arriscar uma dívida futura, ou tomar o caminho mais lento, avançando aos poucos, mordendo onde pode de fato abocanhar.
A Evartel não nasceu pronta. Não foi criada da noite para o dia com 100% de acertos e todos viveram felizes para sempre. Erramos, erramos muito, erramos menos, e hoje em dia tentamos não errar mais. A única coisa que temos em comum com a Evartel de 2 anos atrás é o nome. O resto está totalmente diferente.
Quem sabe o que nos aguarda? Uma coisa é certa: certamente não será a mesma fórmula de hoje, a cada dia seremos uma nova Evartel.
Luis Baccarini é diretor e sócio fundador da Evartel
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