Como a leitura inteligente de placas de veículos transforma a segurança urbana
Por Aroldo Carvalho, especialista em videosegurança na Motorola Solutions
Segundo as Nações Unidas, nunca foi tão importante ter uma cidade modelo, já que mais da metade da população mundial vive em cidades e espera-se que esta tendência migratória continue. De fato, a expectativa é que até 2050, mais de dois terços da população mundial more em centros urbanos, o que representa um enorme desafio aos governos em relação à oferta de segurança.
Nesse sentido, a tecnologia pode ajudar, pois é necessário expandir as capacidades e os recursos das agências de segurança pública, de emergência e de serviços metropolitanos. A quantidade crescente de habitantes contrasta com o número limitado de policiais, agentes de trânsito e outros profissionais da lei e da ordem.
A tecnologia é capaz de equilibrar a equação fazendo com que as ações desses agentes sejam apoiadas pela inteligência, como exemplos, o cruzamento de informações sobre um cidadão com múltiplas bases de dados em segundos; leitura e análise de placas de veículos mesmo em alta velocidade etc.
Em metrópoles da América Latina, a circulação diária de veículos é imensa. Em Buenos Aires há cerca de dois milhões de veículos entrando e saindo da cidade todos os dias, assim como na cidade do México são mais de quatro milhões de carros e, ainda, em São Paulo somam-se seis milhões.
Controlar a jornada deste grande número de veículos e ser capaz de agir no caso de qualquer incidente sobre rodas já é um grande desafio atual. E em 2050 a densidade populacional nas cidades poderá dobrar esses números.
Felizmente, agora é possível monitorar o movimento dos veículos por meio de câmeras de segurança fixas e móveis, tecnologia equipada com aplicações inteligentes como busca baseada na aparência, inteligência artificial e sistemas capazes de identificar veículos mesmo em altíssimas velocidades.
Ela permite monitorar o bom funcionamento do tráfego metropolitano e, ao mesmo tempo, acelerar a capacidade de resposta a incidentes e crimes onde há veículos envolvidos, como um assalto a banco, uma tomada de reféns ou mesmo passeatas ou manifestação.
Para incidentes que requerem conhecimento situacional de visão total (360) a tecnologia de videomonitoramento é importante a fim de ajudar aos agentes a dar uma resposta mais ágil e eficaz.
A integração das câmeras em um sistema de gerenciamento de vídeo com aplicações de inteligência como o reconhecimento de placas de veículo, reconhecimento facial e busca baseada na aparência, permitem hoje fazer o que era inimaginável há 10 anos.
Desta forma, eventos potencialmente críticos são tratados de forma coordenada antes que se tornem ameaças e as imagens podem servir como material probatório em posteriores investigações para as operações de segurança nas cidades.
As aplicações da leitura e identificação de placas de veículos são várias, podendo abranger desde estradas com pedágio para permitir o fluxo livre pelas praças de pedágio; gerenciamento de trânsito em aeroportos, para garantir que somente veículos autorizados possam acessar as faixas de táxis/transporte público; alertas de veículos, em que a solução fornece um alerta automático quando qualquer um dos veículos em uma lista de observação é identificado ao passar etc.
No caso do Brasil, como o sistema de Leitura das Placas de Veículos é integrado com polícias e órgãos de segurança, ele detecta e localiza veículos furtados, emitindo alertas para a central de monitoramento em tempo real, bem como acionando força policial caso seja necessário.
Dessa maneira, é possível cadastrar listas com placas de carros furtados, roubados e suspeitos para pesquisas imediatas ou futuras. Além disso, também é possível identificar veículos com impostos atrasados, o IPVA, ou com outro tipo de pendência, já que o software também tem integração com os bancos de dados de órgãos públicos, os da Fazenda Estadual e orgãos de trânsito como DETRAN, DENATRAN etc.
Ou seja, é possível transformar câmeras comuns em soluções inteligentes capazes de analisar e interpretar uma grande capacidade de dados, o que chamamos de big data. Portanto, com a tecnologia de leitura e identificação de placas de veículos integrada a órgãos de segurança, é possível ter cidades mais bem monitoradas e controladas.
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