A importância em escolher corretamente o disco rígido do sistema de monitoramento por câmeras

Por Ronney Amorim

Imagine a seguinte situação: você está em viagem e recebe uma ligação da polícia informando que tentaram invadir sua residência. A polícia te tranquiliza, já que nada foi levado, mas pede o conteúdo das câmeras para identificar os responsáveis. Ao conferir o disco rígido do gravador onde as imagens ficam armazenadas, vem a ingrata surpresa: nada foi gravado.

Esse quadro assustador é mais comum do que se imagina e normalmente é ocasionado pela escolha errada do disco rígido que armazena as imagens. Muitas vezes, o responsável pela aquisição dos produtos que vão fazer parte do CFTV (circuito fechado de televisão) dá prioridade para selecionar a melhor câmera disponível e esquece que as filmagens precisam ser guardadas em um disco rígido confiável.

Ambos os serviços compartilham da utilização do CFTV, que já era prática comum nas residências e prédios comerciais do país. Porém, nem todos os profissionais ligados à essa área tratam do assunto com o rigor necessário, principalmente quando reduzir os custos está em primeiro lugar.

Economia que não traz benefício

Para garantir que o sistema de segurança funcione, é fundamental encontrar um gravador digital de vídeo (conhecido como DVR ou NVR) que contenha um disco rígido próprio instalado internamente para o uso em segurança eletrônica. Quando você opta por um modelo convencional focando somente a redução de gastos, acaba selecionando um disco rígido desenvolvido para uso em computadores, que não tem capacidade para operar em sistemas de vigilância.

Em uma empresa, os discos rígidos comuns presentes nos equipamentos como computadores e notebooks geralmente ficam ligados durante cerca de nove horas por dia, e passam as outras 15 descansando. Já os equipamentos voltados para CFTV precisam funcionar 24 horas por dia, de forma ininterrupta. Ao utilizar um HD tradicional no monitoramento, o usuário precisa ter muita sorte para que um evento ocorra justamente durante as horas em que o dispositivo está em funcionamento.

Outros pontos de atenção na hora da escolha

O tempo de gravação não é o único ponto que deve ser avaliado. Os dispositivos especiais também têm outras vantagens, como: gravam mais rápido, evitam que os quadros de imagens sejam perdidos, tem baixo consumo de energia e de vibração, além de fazerem pouco barulho. Dependendo do modelo, é possível encontrar versões com capacidade de armazenamento que varia de 1 a 18 TB. Optar por modelos que ofereçam garantia por um período extenso – entre três e cinco anos, por exemplo – também é interessante, já que é uma garantia do fabricante de que o produto aguente essa maratona de gravações por, pelo menos, 1.095 dias.

Dito isso, é muito importante que o profissional responsável ofereça a solução correta, ou seja, com a capacidade adequada para evitar futuros transtornos, como ficar sem o registro das imagens de uma câmera em um momento crucial, ou mesmo ter um sistema de CFTV que seja apenas um “placebo”. Para o comprador, fica a recomendação de que é necessário pesquisar e conhecer um pouco do mercado, para não cair em armadilhas, afinal, com segurança não se brinca.

Ronney Amorim
Supervisor do segmento de gerenciamento de imagens da Intelbras, indústria brasileira desenvolvedora de tecnologias com mais de 46 anos de história.

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