Pesquisas apontam que violência também afeta municípios menores; iniciativas locais mostram como a tecnologia pode ampliar a sensação de segurança e salvar vidas
Embora muitos associem tecnologia de ponta apenas a grandes centros urbanos, pequenas cidades brasileiras provam que é possível inovar e oferecer mais segurança mesmo com estruturas reduzidas. Pesquisas reforçam que a violência não se limita às metrópoles. O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) já havia apontado a “interiorização do crime”, com crescimento de homicídios em municípios menores enquanto caíam nas capitais.
Mais recentemente, o Atlas da Violência 2025 destacou que, apesar da redução nacional para 21,2 homicídios por 100 mil habitantes, a distribuição continua desigual e cidades de pequeno e médio portes também enfrentam taxas preocupantes. Em Redenção (PA), por exemplo, a taxa de homicídios entre jovens chegou a 72,53 por 100 mil habitantes em 2022, segundo a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) — número muito acima da média nacional, que evidencia realidades críticas de segurança, mesmo em municípios menores.
Exemplos como Ituiutaba (MG), Campo Verde (MT), São Roque (SP), Redenção (PA), Pinhais (PR) e Cacaulândia (RO) demonstram que a transformação digital não é privilégio das capitais. Nessas cidades, totens de segurança reúnem diversos recursos em um único dispositivo: estrutura robusta, giroflex semelhante ao de viaturas, comunicador de alta potência para alertas, mensagens automáticas de áudio com conteúdos educativos e vigilância em tempo real por câmeras 360°, além de conexão direta com a Guarda Municipal ou Polícia Militar. Para Edison Endo, diretor da Helper Tecnologia — empresa responsável pelos equipamentos —, o objetivo é democratizar o acesso a soluções antes restritas a poucos. “A segurança não deve ser um privilégio das capitais. Nossa missão é levar inovação a todos os municípios, independentemente do tamanho ou da localização. É muito gratificante ver cidades menores abraçando essa transformação e mostrando que a tecnologia pode, sim, salvar vidas”, afirma.
A experiência de diferentes localidades confirma que a tecnologia pode ampliar a sensação de segurança, apoiar políticas públicas e garantir resposta rápida em situações de risco. Quando implementada de forma acessível e integrada às forças locais, torna-se uma ferramenta de impacto social positivo.