Iniciativa permite o compartilhamento de imagens externas com os órgãos de segurança pública. Participação de moradores e comerciantes não é obrigatória e prevê o pagamento de uma mensalidade.
Uma parceria entre o setor privado e o poder público lançou um sistema de segurança integrada e colaborativa. O projeto “Connecta Goiás” prevê que câmeras de monitoramento de casas e lojas sejam integradas ao sistema de segurança do estado. A participação de moradores e comerciantes não é obrigatória e prevê o pagamento de uma mensalidade.
“Esse projeto é ‘Connecta’ porque ele une o privado com forças de Segurança Pública, ao legislativo e ao governo executivo”, explicou Sérgio Monteiro, presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Eletrônica do Estado de Goiás (Siese-GO).
O lançamento do Connecta Goiás foi realizado na quarta-feira (7), em Goiânia. O projeto de lei que permitiu a criação dele foi proposto pelo presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), deputado Bruno Peixoto (União), vigente desde fevereiro de 2024.
A iniciativa é uma parceria entre a Fecomércio Goiás e o Sindicato das Empresas de Segurança Eletrônica do Estado de Goiás (Siese-GO), com apoio do Governo de Goiás, Prefeitura de Goiânia e Alego. O objetivo é auxiliar no combate ao crime, ajudar na prestação de socorro, realizar a leitura de placas de veículos e até reconhecimento facial de possíveis desaparecidos ou foragidos, a partir da instalação de totens com câmeras de alta tecnologia e inteligência artificial avançada.
Há uma projeção de 800 totens até dezembro de 2025 com 3 mil câmeras, sendo 600 com leitura de placas. Em 2027, a expectativa é de 20 mil câmeras. O valor para a instalação dos dispositivos não foi divulgado. Inicialmente, o Connecta Goiás inclui as cidades de Goiânia, Senador Canedo, Aparecida de Goiânia, Rio Verde, Itumbiara, Itaberaí e Inhumas.
Em entrevista à TV Anhanguera, Marcelo Baiocchi, presidente da Fecomércio, explicou sobre os benefícios do projeto. “A câmera estando externa ao imóvel, fazendo esse monitoramento de quem passa ali, vai ficar muito mais rápida a ação da polícia”, pontuou.
A segurança pública vai ter a oportunidade de antecipar os fatos, a partir da inteligência artificial das câmeras, que irá monitorar 24 horas e emitir alertas.
“Se uma pessoa eventualmente cair na rua, a gente pode mandar uma viatura do Samu ou do Corpo de Bombeiros. Se tiver uma pessoa armada na rua, vai gerar um alerta. Se tiver um veículo furtado ou se tiver um princípio de incêndio”, destacou Sebastião Nolasco, superintendente de Tecnologia em Segurança Pública (SITSP).
A Secretaria de Estado de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO), a Polícia Militar de Goiás, Polícia Civil de Goiás, Polícia Federal regional Goiás e a Polícia Rodoviária Federal de Goiás já possuem acesso às imagens captadas pelas câmeras inteligentes.
Entenda as regras
De acordo com a legislação, a iniciativa permite o compartilhamento voluntário de imagens captadas por sistemas de videomonitoramento com os órgãos de segurança pública de Goiás.
O projeto assegura mecanismos de proteção de dados e privacidade, em respeito à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
”É importante que o compartilhamento de imagens seja feito de forma voluntária e respeitando os direitos fundamentais de liberdade e privacidade das pessoas”, reforça o texto.
Confira abaixo as situações em que ocorre o compartilhamento:
1. Quando solicitado pelas autoridades competentes para auxiliar na investigação de crimes.
2. Para o monitoramento de áreas públicas (praças, parques, ruas etc.) visando prevenir delitos e garantir a segurança da população.
3. Em situações de risco, como desastres naturais, acidentes de trânsito e incêndios, para auxiliar nas ações de resposta e salvamento.
4. Com o objetivo de identificar e combater ações de vandalismo e depredação do patrimônio público ou privado.