Um panorama sobre o mercado de monitoramento de alarmes e imagens no Brasil

Por Alexandre Chaves

Para quem me conhece, não é segredo que sou um entusiasta por serviços e soluções de alto valor, sempre buscando escapar do que é comum no mercado. Há quase 30 anos, essa inquietude tem direcionado meus esforços para a segurança eletrônica, integração de tecnologias e, mais recentemente, para o monitoramento inteligente preditivo.

Nos anos 80, a família Graber trouxe ao Brasil o serviço de monitoramento de alarmes, já consolidado em outros países. A partir desse marco, diversas empresas emergiram, destacando-se a Teleatlantic como principal concorrente da época.

Como todo mercado, o de monitoramento passou por uma fase de consolidação, com grupos estrangeiros adquirindo carteiras e negócios locais. Um exemplo disso é o legado da Graber, que se transformou na ADT Tyco (EUA), e da Teleatlantic, cujo legado foi incorporado pela Verisure (Suécia).

Apesar dessas consolidações, o mercado de monitoramento eletrônico no Brasil continua fragmentado, com muitas empresas regionais. Segundo dados de 2023 da ABESE (Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos), há 13 mil empresas de monitoramento 24 horas no país, responsáveis pela segurança de mais de 2 milhões de imóveis e 4 mil condomínios com portaria remota.

Dada a população de mais de 200 milhões de habitantes e os persistentes desafios da segurança pública, não é surpresa que tantas empresas tenham surgido nesse setor. Contudo, uma reflexão importante que trago é a falta de grandes inovações no mercado. O modelo de negócios iniciado décadas atrás é, em grande parte, copiado até hoje, com pouca evolução.

Mas por que isso acontece? Em geral, as empresas optam por copiar o modelo existente e competem principalmente pelo preço. No entanto, há sinais de mudança no horizonte. As tecnologias nunca foram tão acessíveis, e o uso da inteligência artificial começa a abrir novas oportunidades. Exemplos incluem:

• Analíticos de imagens e aprendizado automático de máquinas
• Uso de dissuasores como sonofletores de áudio em locais estratégicos
• Sistemas de neblina para comprometer a visão dos criminosos
• Armazenamento seguro de informações na nuvem, longe do alcance dos criminosos

Ainda assim, acredito que é hora de iniciativas inovadoras ganharem maior escala no Brasil. Com tantos desafios enfrentados em nosso país, temos a oportunidade de exportar nosso know-how em serviços e tecnologias para o resto do mundo. Como disse o empresário Jorge Paulo Lemann, com patrimônio estimado em 16 bilhões de dólares segundo a Forbes: “Sonhar grande ou sonhar pequeno dá o mesmo trabalho.”

E você, por que não ousar?

Alexandre Chaves
Diretor de Novos Negócios & Estratégias da Avantia – Tecnologia e Segurança.

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