2021: o ano dos ciberataques e como as empresas podem se prevenir

Por Marcos Stefano, especialista e CEO da Armazém Cloud

A quantidade de ataques cibernéticos a sistemas brasileiros deu um salto nos últimos meses. Segundo levantamento da empresa de segurança Fortinet, no último trimestre (Q3-2021) foram mais de 525,1 bilhões de ações que buscaram explorar vulnerabilidades de execução de código e controle remoto de brechas em servidores – muito acima dos 3,2 bilhões registrados nos três primeiros meses deste ano pela mesma companhia, um crescimento de 16.346%. O país se destaca dentre os demais da América Latina, sobretudo pelo distanciamento do segundo colocado – o Peru – que, no mesmo período, sofreu 3,3 bilhões de tentativas.

A constatação de que a segurança precisa ser reforçada não é exclusiva deste estudo em especial, e está presente em apurações feitas por diversas companhias do mesmo segmento. Sob vários enfoques, percebe-se um aumento no número de ações do tipo contra pessoas físicas e jurídicas. Em outro relatório, divulgado no começo de setembro pela Kaspersky, o volume de casos subiu 23% nos oito primeiros meses de 2021 – comparação com o mesmo período do ano anterior. Para especialistas, há causas bastante definidas que ajudam a explicar o tamanho do problema.

Evidentemente que os ataques contra usuários comuns são um problema, mas a realidade mostra que quando o foco são as empresas é que a situação fica ainda mais séria. O recente Relatório de Riscos de Dados de 2021, produzido pela Varonis, traz números preocupantes sobre vazamentos de dados.

A análise constatou que 40% das empresas possuem mais de 1000 arquivos confidenciais abertos a todos os funcionários. Percentual semelhante (44%) das indústrias possuem mais de mil contas ativas com usuários fantasmas habilitados, e mais da metade das companhias têm 500 contas com senhas que não são atualizadas. A violação desses dados causou, só em 2020, prejuízos da ordem de US$ 5 milhões com invasões recorrentes – que ocorrem, em média, a cada 220 dias.

É inviável pensar que manter os dados em casa pode ser uma saída. Brechas não identificadas podem viabilizar sequestro de dados, indisponibilidade de plataformas e perdas financeiras históricas. 

As companhias precisam ter a garantia de que a restauração das informações será rápida e fácil, minimizando a zero a possibilidade de pagamento de resgate em casos de ataques de ransomware. Isso exige ambiente adequado, automação total e atualização constante dos componentes do data center – critérios nem sempre fáceis de serem cumpridos por empresas cujo core business não seja a tecnologia.

O avanço dos serviços digitais, a chegada da telefonia móvel de quinta geração e o potencial das cidades inteligentes compõem um cenário desafiador para empresas e governos. Escolher ter ao lado especialistas e equipamentos de ponta, garantindo uma infraestrutura de qualidade e verdadeiramente segura, é uma das decisões mais importantes a se tomar para não fazer parte do rol de atingidos pelo próximo vazamento de dados.

Notícias Relacionadas

Revista

Revista Segurança Eletrônica: Abril de 2024

Para visualizar e baixar a Revista Segurança Eletrônica, edição de abril de 2024, basta clicar no link abaixo: https://drive.google.com/file/d/1X6_88N-knKIHCQ_4cfijCC8KMgB5075h

Destaque

Tecnologia e gestão de pessoas são essenciais para combater os furtos internos

Para investir em tecnologia, é preciso, segundo Ungarello, que o varejista faça uma avaliação dos seus principais pontos de perdas…

Destaque

Congresso de Operações Policiais traz ao país feira alemã para forças de segurança

Após acumular mais de 22 mil participantes em três edições, o COP Internacional confirma sua realização entre os dias 16…