Segurança nas empresas e a frequente realidade do cada um por si
Por Paulo Murata
Recentemente, a sede da TV Cultura, em São Paulo, foi invadida por assaltantes armados e funcionários foram feitos reféns por três horas. O grupo era formado por 12 criminosos, que estavam fortemente armados, vestiam camisetas da emissora e da empreiteira responsável pelas obras do museu sediado na Fundação Padre Anchieta.
O caso é mais um em meio a tantos outros, que expõem a falta de segurança nas empresas brasileiras. Ato de mea-culpa, ou não, pelas brechas existentes por parte das companhias, fato é que são inúmeros os impactos negativos identificados em situações em que as empresas têm seus funcionários e patrimônio agredidos por assaltantes, assassinos, fraudadores e outras figuras má intencionadas. A garantia da segurança, que deveria ser provida pelo poder público, está cada vez mais presente nas reuniões de alta administração de grandes corporações. Executivos buscam respostas e soluções para os problemas que impactam seu negócio e que podem rapidamente trazer prejuízos financeiros e, até mesmo, à reputação da empresa.
Muitas organizações estruturam internamente áreas de segurança patrimonial, imaginando que terão expertise, competência e tempo para resolver todos os problemas relacionados ao tema, porém o que se nota é a falta da figura do gestor especialista para tratar com rapidez, assertividade e maior profissionalismo os problemas e as dificuldades relacionadas à segurança da empresa.
Há alguns dias, em conversa com um amigo, ele me questionou o porquê da contração mensal de um jardineiro, já que eu gostava da atividade de cuidar do jardim nas minhas horas vagas. A pergunta realmente me fez refletir por alguns minutos, mas a resposta foi simples: eu não possuía as ferramentas adequadas e, principalmente, não detinha a expertise necessária para o zelo de todo o jardim. Portanto, centralizava meu foco apenas nas demandas que trazem retornos ligados ao meu prazer e bem-estar.
Trazendo a conversa particular para o âmbito corporativo, percebe-se que a maioria das empresas dos mais variados segmentos, tais como empresas de comunicação, varejistas, hospitais, bancos, condomínios, indústrias de bens consumo e outras sofrem com a falta de ferramentas e profissionais preparados, ficando vulneráveis aos riscos de segurança e aos danos causados por crises. Neste contexto, ter um gestor especialista em segurança, apoiado por uma empresa também especializada no assunto, faz muita diferença tanto na prevenção quanto no tratamento correto de crises.
Tal qual um jardineiro que cuida do meu jardim, fica evidente a importância de uma visão especialista para prevenir e aprimorar a segurança nas empresas com metodologia, conceitos, ferramentas e, sobretudo, experiências necessárias não apenas para tratar eventos de crise, como também, para o correto funcionamento das operações no dia a dia. Afinal, a gente sabe de onde vem o perigo, mas não sabe quando ele vem. É preciso ficar atento!
Paulo Murata é gerente de segurança empresarial na ICTS Security, consultoria e gerenciamento de operações em segurança, de origem israelense.
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