Interoperabilidade em sistemas de controle de acesso

Com a evolução da tecnologia no mundo da segurança, se torna cada vez mais realidade a questão da interatividade entre os sistemas, permitindo assim um maior aproveitamento dos recursos que a tecnologia pode oferecer aos sistemas de segurança. No mundo do controle de acesso, estas evoluções acontecem de forma muito vagarosa e muitas coisas que eram tidas como tendências há alguns anos, só agora estão surgindo como novidades, comprovando que suas evoluções, se comparado com outros sistemas de segurança, como por exemplo os sistemas de CFTV, se dão de forma muito lenta.

Os sistemas de controle de acesso em sua grande maioria são sistemas proprietários, onde o software, gerenciadores, controladores e alguns casos os periféricos, pertencem a um único fabricante. Desta forma, imagine que se um cliente tivesse um novo projeto de controle de acesso com expansão futura e passados alguns anos o cliente tenha a necessidade desta expansão, porém com uma integração com algum sistema de terceiros, a possibilidade do cliente ter que aguardar a inclusão destas mudanças no road map do fabricante é muito grande e com isso, o tempo destas atualizações muitas vezes não é satisfatório. Como resultado, usuários finais com frequência descobrem que possuem sistemas múltiplos, cada um deles executando uma única função. Muitos usuários finais ainda se encontram bloqueados nesses sistemas proprietários.

Interoperabilidade

A interoperabilidade “ao pé da letra” é a capacidade de um sistema (informatizado ou não) de se comunicar de forma transparente (ou o mais próximo disso) com outro sistema (semelhante ou não). Para um sistema ser considerado interoperável, é muito importante que ele trabalhe com padrões abertos.

Mudamos de uma indústria para outra onde temos um ambiente de arquitetura aberta, isto é, há uma diversidade de fornecedores que possuem um API aberto e irão trabalhar com parceiros para integrarem seus sistemas. O problema é que esses sistemas são limitados aos parceiros de integração, e a dificuldade de acompanhar mudanças de versões e manter as integrações ainda persiste. Como nenhum fabricante está produzindo seus produtos de acordo com uma norma, a interoperabilidade não é garantida. É por isso que hoje vemos os estágios iniciais de normas ou de desenvolvimento de especificação com ONVIF perfil C e outros, já que temos uma diversidade de fabricantes que desejam mudar para a arquitetura verdadeiramente aberta.

A arquitetura verdadeiramente aberta é baseada em normas, não é proprietária, pode ser implantada globalmente, é suportada pela indústria e é interoperável. Esse é o ambiente onde o usuário final está no controle. Sendo assim concluímos que as soluções se baseiam da seguinte forma:

Integração vs Interoperabilidade

Frequentemente usamos “integrado” e “interoperável” como termos intercambiáveis, mas eles são bem diferentes. Vamos observar as definições:

Sistemas integrados são coordenados ou misturados em uma função única e qualquer software pode ser integrado se tiver tempo e dinheiro suficiente. O desafio dos sistemas integrados é que são difíceis de manter quando as coisas mudam, como por exemplo, mudanças no sistema operacional, mudanças de versão e mudanças de firmware. No fim, a interoperabilidade não é garantida.

Já os sistemas interoperáveis fornecem e aceitam serviços de outros sistemas. Por exemplo, o sistema de controle de acesso pode coletar informação da base de dados do Recursos Humanos (RH) e se uma mudança ocorrer no sistema de acesso que afete o sistema de RH, tal mudança pode ser registrada novamente no sistema. Um outro exemplo seria receber vídeo do VMS ou enviar evento e informação de alarme ao VMS. Com os sistemas interoperáveis você pode conectar componentes múltiplos de diferentes fabricantes com essa mudança. Um exemplo simples em nosso dia a dia é a conexão do mouse em um computador. Quando você pluga o seu mouse USB ao seu computador, os drivers se auto carregam e isso funciona. Você não precisa carregar o software, você não precisa integrá-lo, ele é interoperável com esse ou com qualquer outro computador. Sistema interoperável é agnóstico a mudanças e é compatível de ambos os lados e a interoperabilidade é garantida.

Vimos que as evoluções nos sistemas de controle de acesso serão uma quebra de paradigmas para os sistemas atuais, bem como para os integradores e aos usuários finais. De qualquer forma, não podemos perder o foco em desenvolver as soluções em projetos de controle de acesso cada vez mais criteriosos atendendo as necessidades e solicitação de nossos clientes, indiferente dos avanços do setor. Na próxima edição daremos continuidade nesta abordagem nas evoluções e tendências para o mercado de controle de acesso.

Alexandre Santos é formado em Engenharia Elétrica pela Universidade Santa Cecília em Santos. Possui mais de 15 anos de experiência como engenheiro no desenvolvimento e na integração de grandes projetos para segurança física, automação predial, sistemas de automação em transporte e logística. Ocupou vários cargos de engenharia em empresas multinacionais e nacionais. Atualmente exerce a função de Engenheiro de Soluções Tecnológicas na multinacional Anixter.

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